Após contagens e recontagens, os resultados das eleições autárquicas 2021 foram sendo colocados — secção a secção — junto às suas portas, estando concluídos os trabalhos por volta das 23 horas de domingo. Segundo os líderes que apareciam nas televisões, aparentemente, todos os partidos tinham ganho. Mas foi assim em Amor?
O Partido Socialista foi o vencedor nas três eleições, ganhando com 51,13% para a Assembleia Municipal de Leiria, 58,82% para a Câmara Municipal de Leiria e 48,24% para a Junta de Freguesia de Amor.
Comparações
Embora tenham votado mais 23 eleitores em 2021 (2222) do que votaram em 2017 (2199), a taxa de abstenção subiu duas centésimas — 45,92% em 2017 para 45,94% em 2021.
O CDS-Partido Popular obteve a sua pior votação de sempre, sendo o escolhido por apenas 2,3% dos votantes. Perdeu 136 votos (6,2% dos votos) em relação a 2017, e pela primeira vez não elegeu nenhum mandato.
A CDU (Coligação Democrática Unitária), com 5,95% dos votos, obteve a sua segunda melhor votação dos últimos 20 anos, mas mesmo assim ficou demasiado longe da possibilidade de eleger um mandato.
O Partido Social Democrata perdeu eleitores, obtendo ainda menos votos que recebera em 2017. Curiosamente, a percentagem de votos que recebeu tanto em 2017 como em 2021 são muito semelhantes às que recebeu em 2001 e 2013, e que lhe deram a vitória.
O Partido Socialista obteve os seus melhores resultados de sempre na freguesia, reclamando 48,24% dos votos, embora tenha recebido menos 39 votos da vitória que obteve em 2009.
A variação dos votos em branco e nulos para a eleição dos três órgãos autárquicos é um fenómeno interessante cujas justificações possíveis são quase ilimitadas.
Pela primeira vez desde as primeiras eleições de 1975, apenas dois partidos estarão representados na Assembleia de Freguesia — Partido Socialista e Partido Social-Democrata.
Comparando os resultados para a Junta de Freguesia com os resultados para a Câmara Municipal, percebe-se que os eleitores de “Direita” aparecerem para votar há mesma. Mesmo com um “candidato-fantasma”, o descalabro nos resultados do CDS-PP não se justifica pela abstenção. Sendo assim, importa perguntar, para onde foram estes votos (6,2%)? Migraram para o Partido Socialista e ajudaram-no a ganhar com distância que ganhou? Ou foram para o Partido Social-Democrata e ajudaram a minimizar a derrota?
A pouca variação existente nos seus resultados nos últimos vinte anos da CDU não lhe dá grandes esperanças de que o partido possa crescer para chegar ao mínimo necessário para eleger. Se utilizarmos a comparação com os resultados municipais, facilmente se percebe que não sofreu nem de voto útil, nem da abstenção. Tal como o CDS-PP, caso surjam na freguesia outras forças políticas do seu quadrante, arriscam a se tornar insignificantes, vendo os seus votos serem diluídos entre eles.
Desde o desaparecimento do número de eleitor, que deixou de ser possível verificar em que partidos vota cada faixas etária, não permitindo antever a evolução futura de resultados. Se estes seguirem as tendências do resto do país, estará em parte dependente da personalidade e capacidade de mobilização dos candidatos que surgirem. Em 2025 se saberá…
- Evolução dos resultados autárquicos entre 2001 e 2021.
Fonte: Jornal Amor Mais
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