sábado, 1 de outubro de 2011

Filho deixou a mãe a agonizar com punhal no pescoço

Firmino Agostinho Pedro, 33 anos, já tinha dado sinais de que não andava bem quando desabafou que a mãe lhe queria fazer mal. Ontem de madrugada, apunhalou-a até à morte, em Casal Novo, Amor, no concelho de Leiria.
 
O crime ocorreu por volta das duas da madrugada. Filipa Pedro estava a dormir quando ouviu a mãe em aflição, como se estivesse a vomitar. Dirigiu-se ao quarto e deparou-se com um cenário macabro. "A cama estava cheia de sangue, a minha mãe estava no chão e o meu irmão em cima dela", contou a filha da vítima ao CM, com os olhos ainda vermelhos das muitas horas de choro.
Firmino tinha desferido vários golpes na mãe - Florinda Pedro, de 67 anos - deixando o punhal espetado no pescoço. Quando a irmã o surpreendeu, levantou-se, "foi lavar as mãos, mudou de roupa" e ficou tranquilamente à espera dos bombeiros e das autoridades.
As equipas de socorro ainda tentaram reanimar a vítima, mas já nada puderam fazer. O óbito foi confirmado no local.
O homicida, solteiro, trabalhava numa serralharia e vivia com a mãe, na companhia da irmã e do companheiro desta.
Além da epilepsia, Firmino já tinha sofrido duas depressões que obrigaram ao internamento. Nos últimos dias, "andava um pouco estranho", mas como "foi sempre uma pessoa pacata, não passava pela cabeça de ninguém que fizesse uma coisa destas", desabafou a irmã.
"A mãe matou o pai, matou a avó e agora queria matar-me a mim. É uma bruxa", justificou o homicida, quando Filipa o interrogou sobre as razões do acto tresloucado. Ao ser algemado pelas autoridades policiais, desabafou: "Matei a minha mãe, matem-me se quiserem".
 
Correio da Manhã, 1 de Outubro de 2011

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Estado assume participação em estação de tratamento em Amor

Autarcas reúnem hoje no Ministério do Ambiente para saberem por que razão o processo não avança. Ontem secretário de Estado do Ambiente garantiu que Governo assumirá a sua quota-parte no investimento para construção de estação de tratamento
O secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa, assegurou ontem que o Estado assumirá a sua quota-parte no investimento de construção da futura estação de tratamento de efluentes suinícolas (ETES) de Leiria.
"Não será por falta dos fundos" que a estação não se fará, declarou Humberto Rosa à agência Lusa, assegurando que o Estado assume a sua quota-parte no investimento, estando ainda em curso contactos para o recurso ao Programa de Desenvolvimento Rural.
Hoje, Humberto Rosa participa numa reunião, em Lisboa, com a ministra do Ambiente e autarcas de Leiria, Batalha e Porto de Mós, a pedido dos presidentes dos três municípios, sobre a situação da ETES e o problema ambiental associado às suiniculturas.
O presidente da Câmara Municipal de Leiria, Raul Castro, explicou que o encontro pretende "saber quais são as causas para que o processo não ande" e se é possível ultrapassar, "de vez", os problemas que têm impedido a construção da infra-estrutura.
O secretário de Estado adiantou que o processo aguarda a efectivação do consórcio, onde estão o grupo Águas de Portugal e entidades privadas, "para que finalmente se possa concretizar" a ETES, obra que deverá terminar com as descargas de efluentes para a ribeira dos Milagres.
Humberto Rosa afirmou que se aguarda luz verde da Recilis "ao acordo parassocial", acrescentando que decorre também uma análise do "modelo económico" do investimento e o estudo de uma "solução intermédia" para o tratamento dos efluentes e de uma licença intermédia, ambas no "contexto deste novo consórcio".
O governante rejeitou que a ausência de uma licença colectiva, retirada em 2011 à Recilis, para utilização dos recursos hídricos para descarga de águas residuais, esteja relacionada com as descargas para a ribeira dos Milagres.
"Enquanto havia licença colectiva, também havia descargas", observou.Questionado se pode garantir o início da construção da ETES este ano, Humberto Rosa negou.
"Houve pelo menos cinco adiamentos a que assisti e com isso não lhe posso dizer que está garantido. Tenho uma esperança acrescida nesta fase, com este consórcio que envolve novos intervenientes, que possa realmente estarem encontradas as condições para [o lançamento de] uma primeira pedra a breve trecho", disse. O presidente da Recilis, David Neves, também não quis adiantar uma data para o arranque da ETES, mas considerou que "podem estar reunidas as condições para que o processo avance definitivamente".
O empresário disse que está "em fase de discussão o esboço de um acordo parassocial", que tem circulado pelos "parceiros da nova entidade a constituir, que terá como objecto a construção e a gestão da ETES".
David Neves acrescentou que "o sector está a atravessar uma das maiores crises de sempre, situação que passa necessariamente por uma solução colectiva para o tratamento de efluentes que, quanto mais tarde acontecer, mais dificuldade tem o sector para dar resposta ao conjunto de obrigações face a todo este processo".
A ETES, projectada para a freguesia de Amor, tem um custo estimado em 18 milhões de euros e vai ter capacidade para tratar, diariamente, dois mil metros cúbicos de efluentes de suiniculturas e de outras explorações agropecuárias dos concelhos de Leiria, Batalha e Porto de Mós.

Diário de Leiria

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Alexandre Conde já anda com a prótese com que sonha correr

O Natal não podia ter sido mais generoso. Quinta-feira, 23 de Dezembro, Alexandre Conde, de dez anos, regressou a casa em Barreiros, Amor, com a prótese com que sonha correr nas pistas de tartan.
Para já, irá tentar adaptar-se à nova perna para a qual se preparou no último ano. Alexandre, recorde-se nasceu sem o fémur direito.
No ano passado, foi submetido a uma rotoplastia e amputação do pé de modo a poder utilizar a prótese.
Esteve depois cinco meses com gesso da cintura até aos joelhos, nas duas pernas, conta a mãe (Helena), que na passada semana também viu concretizado um sonho: ver o filho andar sem muletas.
A prótese endoesquelética que Alexandre recebeu tem a particularidade de se ajustar melhor ao corpo, mas serão necessários meses e meses de fisioterapia para fortalecer a parte muscular e conseguir um tipo de marcha quase normal.

“Já andei algumas horas, é uma sensação muito fixe”.
É fixe mas não é fácil, admite Alexandre, que terá agora de lutar para controlar a prótese e ultrapassar as dores musculares.
Ainda não pode correr nem saltar mas já tentou fazer o “moonwalker”. “Não consegui”, confessa Alexandre, que irá partilhar o nome com a associação que a mãe pretende criar para promover o desporto adaptado para crianças com deficiência.
“Este não é o fim de um ciclo, é o início”, garante Helena Conde, que nos últimos meses se desdobrou em iniciativas para angariar os fundos necessários à aquisição da prótese, avaliada em cerca de dez mil euros.
“Não há material ortopédico nem uma lei que facilite a prática desportiva para crianças como o Alexandre”, justifica, referindo ter procurado durante seis anos um clube que aceitasse o filho.
Naide Gomes e o atleta paralímpico Alberto Batista terão já aceite o convite para apadrinhar a associação que pretende apoiar outras famílias.


Martine Rainho - Região de Leiria
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...